Uma exaltação a Trilogia das Cores
Dirigido e
escrito pelo polonês, Krzysztof Kieslowski, essas três grandes obras marcam
presença nas mais importantes listas de filmes essenciais para todo cinéfilo, e
com razão.
Baseado nas cores e no lema da bandeira
francesa, cada parte da trilogia conta uma história diferente, sutilmente
conectadas, em torno de três mulheres: A
liberdade é azul, A igualdade é branca, A fraternidade é vermelha.
O
azul, na primeira parte, irá simbolizar o vazio e a depressão de Julie,
brilhantemente interpretada por Juliette Binoche, a qual sobreviveu a um
acidente de carro que matou o marido e a filha.
O branco,
na segunda parte, relaciona-se com a inocência do polonês Karol, que vai transformando-se ao planejar uma vingança contra a sua
ex-mulher, a qual o deixou, pois ele não foi capaz de consumar o casamento.
O
vermelho, no fechamento da trilogia, está presente em praticamente todas as
cenas para mostras as relações humanas desfeitas e criadas no decorrer da
narrativa, com o foco na construção de uma improvável amizade entre a modelo
Valentine e um juiz aposentado, Joseph, que espiona os seus vizinhos.
A
principal conexão entre os filmes são os três idosos tentando, com dificuldade,
reciclar uma garrafa de vidro e nesse simples ato, é revelado a personalidade
de cada personagem: Devido à apatia ao mundo ao seu redor, Julie não percebe a
situação. Karol observa a cena, mas a sua obsessão em se vingar de Dominique o
impede de ajudá-lo. E como Valentine havia demonstrado a sua fraternidade em
outros momentos, ela é única a ajudar a velhinha.
A
fotografia é, provavelmente, o aspecto mais importante de toda essa inesquecível
obra de arte, pois sem ela não era possível criar cenas tão belas e poéticas.
Uma
experiência marcante e contemplativa que precisa ser apreciada, quatro horas e
quarenta minutos que não serão desperdiçados.
Classificação indicativa: 14 anos
Elenco:
Juliette Binoche, Julie Delpy, Irène Jacob, Zbigniew Zamachowski, Benoît Régent,
Jean- Louis Trintignant, Janusz Gajos.
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